Questão:
Tem alguém aí que seja dono de loja de informática? Por favor, me ajude...?
NONAME
2007-08-23 12:01:12 UTC
Quero montar uma loja de informática, e preciso de dicas por favor (de quem já atue no mercado e o conheça de fato e pessoas que possam me dar dicas realmente importantes).

Qual o capital inicial necessário para se montar uma loja de informática? Por onde começo? Produtos? Onde encontro? Onde se tem mais prejuízo neste negócio (o que rende mais e o que rende menos)? O que há de tendências no mercado? O mercado encontra-se bem atendido (há saturação ou ainda há muitos espaços – lacunas)? O que fazer p´ra que eu possa obter maior visibilidade e participação no mercado? O que posso usar como diferencial competitivo uma vez que seria um novato neste mercado? Qual o tipo de marketing usado mais eficaz? Existe sazonalidade neste mercado?...
Um responda:
wizard
2007-08-23 17:53:57 UTC
Ficha técnica

O mercado brasileiro no setor de comercialização de produtos de informática e montagem de computadores é diversificado e está em ascensão.

Alguns fatores que impulsionam o mercado: queda do preço ao consumidor final; maior oferta de programas acessíveis a usuários inexperientes; maior divulgação e diversificação na aplicação da informática; associação da informática à imagem de modernidade e eficiência e a abertura à importação.

Estrutura

A estrutura básica do imóvel deve ser dividida em duas partes: uma para a exposição dos equipamentos e dos produtos e outra destinada à manutenção e montagem dos computadores. Não se pode esquecer de criar um espaço visualmente limpo, moderno, racionalmente organizado.

Equipamentos

- Material de imobiliário (prateleiras, móveis para o escritório etc..);

- Material de expediente;

- Computadores, fax e telefones;

- Material utilizado para a montagem e manutenção dos equipamentos, tais como placas, chips, processadores, discos rígidos, fontes de alimentação, cabeamento, plugs etc.

Investimento

O investimento irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento, sendo que este deve ser suficiente para pagar todas as taxas de regularização do negócio, equipar a loja, comprar o estoque inicial e arcar com os custos administrativos e a folha de pagamento desse período.

A soma gira em torno de R$ 100 mil.

Mão de obra

O número de funcionários irá variar de acordo com a estrutura do empreendimento, sendo que este deve contar com vendedores, técnicos e auxiliares.

Produtos

Os produtos comercializados neste empreendimento podem variar de acordo com a tendência do consumidor, mas pode-se iniciar com produtos como mídias magnéticas (disquetes), mídia ótica (CD-ROOM), formulários contínuos, etiquetas, fitas, cartuchos para impressoras, games, vídeos didáticos, mobiliário, softwares, acessórios, equipamentos e periféricos de informática, entre outros.

Fornecedores

Para realizar as compras, o empreendedor disporá de um número de fornecedores, podendo recorrer a atacadistas ou fabricantes de médio e grande porte como: Fasson, 3M, Verbatin, Agaprint, Epson, Sansung, Prológica, Televolt e outros.

Observações importantes

- Este empreendimento deve ser dirigido por dois sócios. Um que se ocupe especificamente da parte administrativa e outro que acompanhe passo a passo tudo o que acontece no setor. O ideal é que este último seja um "poço de informação": que leia as publicações especializadas, participe de feiras e congressos e esteja em contato frequente com os fornecedores.

- O ideal é tentar cadastrar-se como representante dessas empresas ou, no mínimo, como revendedor autorizado. As peculiaridades desse artifício variam de empresa para empresa.

- A compra dos produtos de revendedores e/ou atravessadores devem ser vista com restrições, procurando-se, sempre, adquirir materiais originais, atentando-se para as falsificações, que são muitas, sendo isso de suma importância para garantir a confiabilidade e padronização dos equipamentos montados. Mantém-se, assim, a confiança dos clientes finais, facilitando-se a reposição de peças e o upgrade dos equipamentos.

Uma das recomendações para evitar o fracasso é não fazer estoque grande. Os produtos têm renovação rápida e os preços caem de uma mês para o outro. O aconselhável e escolher bem os parceiros, dando preferência àqueles que honram os compromissos, cumprindo prazos, atendendo a pedidos de materiais e facilitando os pagamentos. Ficar atento às novidades em equipamentos e acessórios e tirar proveito da internet para o negócio é indispensável para garantir o atendimento à clientela que, em sua maioria, é conhecedora de detalhes em informática e exige qualidade.

A facilidade de se comprar computadores diretamente das grandes empresas multinacionais, com pagamentos facilitados e garantia de originalidade das peças, assistência técnica globalizada, agregado de sofwares e outros serviços, pode vir a ser um grande obstáculo ao sucesso desse tipo de empreendimento. Muitos consumidores, atualmente, baseando-se nos argumentos acima, têm uma certa relutância em acreditar na confiabilidade dos equipamentos montados.

O novo empresário deve procurar a prefeitura da cidade onde pretende montar seu empreendimento para obter informações quanto às instalações físicas da empresa (com relação à localização) e também o Alvará de Funcionamento.

Além disso, deve consultar o Procon para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078 de 11.09.1990).

O futuro empreendedor deve ter conhecimento de algumas leis que regem este setor, tais como:

- Lei nº 9.609/98 (Lei de Programa de Computador). Promulgada em 19/02/98, substitui a Lei 7646/87, dando liberdade de produção e comercialização de softwares de fabricação nacional ou estrangeira.

Também comete crime o comerciante que importar, expor ou manter em estoque programas estrangeiros que não tenham sido registrados na Sepin (Secretaria de Política de Informática e Automação), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Para eles, a lei prevê pena de detenção de até quatro anos, além de multa.

- Lei nº 9.610/98 (Lei de Direitos Autorais). Substituiu a Lei 5988/73, assegurando a integral proteção dos direitos dos autores e estabeleceu penas rigorosas a quem viole esses direitos. Assim, piratear programas de computador se tornou crime, passível de pena de seis meses a dois anos de prisão.

- Lei nº 10.176/2001 (Lei de informática). Dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de tecnologia da informação.

Uma armadilha para os donos de lojas de informática são os produtos importados, que muitas vezes chegam aos comerciantes por vias ilícitas. É importantíssimo, o empreendedor certificar-se dos produtos e equipamentos importados que chegam à sua loja, caso contrário poderá ser enquadrado como cúmplice em crime de contrabando.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio e Turismo é o orgão responsável pelos registros dos programas de computador. Para que possa garantir a exclusividade na produção, uso e comercialização de um programa de computador, o interessado deve comprovar a autoria do mesmo, estando portanto revestido de grande importância o registro no INPI.


Este conteúdo foi postado originalmente no Y! Answers, um site de perguntas e respostas que foi encerrado em 2021.
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